‘Reposição hormonal causa câncer de mama?’
Este é um dos maiores mitos difundidos na mídia sobre os ‘efeitos colaterais’ da reposição hormonal, e é preciso tratar com muito cuidado esse assunto, tendo em vista que muitas mulheres deixam de optar pela RH por medo e sofrem com os sintomas desnecessariamente.
Se você tem essa dúvida, esse conteúdo é para você!
Neste artigo, vamos esclarecer de uma vez por todas esse mito “reposição hormonal causa câncer de mama”, aprofundando sobre o tema e entendendo qual é o perfil de paciente que precisa estar mais atenta.
Vamos lá?
E o que é a reposição hormonal?
A reposição hormonal consiste na administração de estrogênio ou uma combinação de estrogênio e progesterona, dependendo das necessidades individuais da mulher.
A TH é indicada para mulheres que experimentam sintomas intensos da menopausa ou que apresentam risco elevado de osteoporose.
Neste conteúdo aprofundamos mais sobre o que é reposição hormonal e tudo que você precisa saber sobre essa incrível terapia. Confira aqui!
O que a ciência nos diz sobre esse mito ‘reposição hormonal causa câncer de mama’?
Para entender um pouco sobre essa temática, vamos separá-la em dois grupos de assuntos: a mulher com útero e a mulher sem útero.
Mulheres sem útero que utilizam o estrogênio de forma isolada
O estrogênio é o principal hormônio a ser reposto. Ele é responsável por melhorar a maioria dos sintomas do climatério e da menopausa, além de proteger a saúde cardiovascular e óssea e melhorar a cognição dessa mulher.
A mulher que retirou o útero não precisa da progesterona, pois esse hormônio é responsável pela proteção do endométrio (revestimento interno do útero).
Portanto, segundo a ciência, o uso de estrogênio em mulheres sem útero reduz o risco de desenvolver câncer de mama em até 30% em comparação com as mulheres da população geral.
E se essa mulher desenvolver câncer de mama?
De acordo com estudos recentes, mulheres que utilizam estrogênio têm uma chance de mortalidade até 40% menor quando comparadas às mulheres da população geral.
Mulheres com útero que utilizam uma combinação de estrogênio e progesterona
Nesse segundo grupo, a reposição deve ser feita utilizando estrogênio combinado com a progesterona (proteção para o endométrio).
Segundo o estudo WHI, que foi um grande marco na TRH, mostrava um aumento de 8/1000 de câncer de mama entre as mulheres que usavam mais de 5 anos da TRH utilizada na época. Muitos estudos foram feitos após isso e a conclusão que temos é de que a grande vilã para a mama era a progestina que se usava na época (medroxiprogesterona).
Estudos mais recentes mostram que tanto a progesterona como as progestinas mais modernas são muito mais seguras para a mama do que a medroxiprogesterona. Dessa forma, não devemos privar uma mulher dos benefícios da reposição por esse medo do câncer de mama.
Será mesmo que a reposição hormonal é uma grande vilã?
E o que é o câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença em que as células do tecido mamário crescem de forma descontrolada. Normalmente, as mesmas se multiplicam de maneira ordenada, mas no câncer, elas podem formar tumores que podem crescer e, em alguns casos, espalhar-se para outras partes do corpo.
Existem diferentes tipos de câncer de mama, e alguns são mais agressivos que outros. O mais comum se desenvolve nos ductos, que são os canais que transportam o leite, mas também pode surgir nos lobos, onde o leite é produzido.
Nem todo caroço na mama é câncer, mas é importante ficar atenta a qualquer mudança no formato, tamanho, ou textura das mamas, como inchaço ou alteração na pele, e procurar um médico para fazer exames. Aliás, esteja sempre com seus exames em dia!!
Quanto mais cedo o câncer é detectado, maior a chance de tratamento e cura.
E o que aumenta o risco de câncer de mama?
O câncer de mama atinge 1 a cada 8 mulheres. E o que de fato aumenta o risco de desenvolvê-lo não é a reposição hormonal, mas sim:
- Sedentarismo;
- Sobrepeso e obesidade;
- Diabetes;
- Doenças metabólicas associadas ao ganho de peso.
Lembrando que ao optar pela reposição hormonal, o seu médico de confiança avaliou todo seu quadro clínico e histórico para poder indicar a melhor terapia. E sempre opte por medicamentos aprovados, com bula. Fuja de formulações ‘personalizadas’ que não possuem comprovação científica!
Após a leitura, esperamos de coração que esse conteúdo tenha ajudado a esclarecer esse grande medo.
A terapia de reposição hormonal pode tornar a vida da mulher muito melhor durante essa fase tão delicada do climatério e menopausa. O câncer de mama é um assunto de extrema importância e não pode ser tratado de forma meramente comercial para vender produtos que não são seguros.
E se você quer reduzir riscos de desenvolver o câncer, cuide da sua rotina.
– Realize exames de rotina, como mamografias e ultrassonografias mamárias.
– Adote hábitos de vida saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação equilibrada e evitar o consumo de álcool em excesso.
Por fim, converse com seu médico de confiança, analise seu quadro em conjunto para tomar a melhor decisão possível!
Conheça a Dra. Júlia Azevedo
A Dra. Júlia Azevedo é ginecologista e obstetra, com vasta experiência em climatério, menopausa e uroginecologia, formada pela UFRGS.
Com especializações em saúde feminina, ginecologia esportiva e estética íntima, ela oferece cuidados completos e personalizados para mulheres em todas as fases da vida. Seu foco está em proporcionar tratamentos modernos e eficazes, sempre com um atendimento acolhedor e humanizado.
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