O prazer na relação sexual é fundamental não apenas para a satisfação individual e do casal, mas também para fortalecer vínculos emocionais, melhorar a intimidade e promover bem-estar físico e mental. Quando ele é valorizado, tudo se torna mais natural e prazeroso, reduzindo tensões, aumentando a conexão e contribuindo para uma vida sexual mais saudável.
Além disso, o prazer estimula a liberação de hormônios como a ocitocina e a endorfina, que ajudam no relaxamento, na diminuição do estresse e na sensação de felicidade. Porém, quando algum desconforto físico surge no momento da relação sexual, é impossível ter satisfação plena.
Entre os problemas que podem interferir significativamente na relação sexual do casal estão o ressecamento vaginal e as fissuras. Estes inconvenientes são bastante comuns e podem afetar mulheres de diferentes idades. Tais condições podem causar desconforto, dor e até mesmo impactar a vida íntima.
Por isso, é importante abordarmos as principais causas, formas de prevenção e opções de tratamento para esses problemas que interferem no prazer feminino de mulheres sexualmente ativas.
Causas do ressecamento e das fissuras
Problemas físicos, psicológicos, hormonais e alguns medicamentos, por exemplo, podem causar ou contribuir para a disfunção sexual feminina, provocando desconfortos durante a relação sexual.
Em geral, o que causa o ressecamento vaginal e as fissuras são:
1. Relações sexuais e fricção excessiva
Muitas vezes, a fricção excessiva durante a relação sexual é uma das principais causas do desenvolvimento da fissura vaginal. Se a lubrificação natural não for suficiente ou, ainda, se o movimento for muito intenso, pode ocorrer o atrito entre a pele da vagina e o pênis, causando fissuras na mucosa vaginal. O problema pode ser agravado, também, pela utilização de preservativos não lubrificados.
2. Alterações hormonais
Esta é uma das principais causas do ressecamento vaginal é a diminuição dos níveis de estrogênio, que pode ocorrer em situações como:
- Menopausa: a redução hormonal natural nessa fase diminui a lubrificação vaginal dificultando a relação sexual;
- Pós-parto e amamentação: as mudanças hormonais após o parto podem levar ao ressecamento vaginal;
- Tratamentos médicos: quimioterapia, radioterapia ou cirurgias ginecológicas podem afetar a produção hormonal.
3. Fatores emocionais e psicológicos
A depressão e a ansiedade, por exemplo, são transtornos que frequentemente contribuem para a disfunção sexual que provoca ressecamento e fissura. Porém, às vezes, quando eficazmente tratados, há melhora.
Além disso, alguns receios como, por exemplo, medo de se liberar, de ser rejeitada ou de uma gravidez indesejada, a baixa autoestima, o estresse e a falta de excitação sexual podem reduzir a lubrificação natural, tornando a relação dolorosa.
4. Medicamentos
Algumas medicações que podem causar secura vaginal incluem os direcionados para alergia e resfriado, antidepressivos, sedativos, medicamentos para coração e pressão arterial e os que afetam os níveis de estrogênio, como anticoncepcionais hormonais.
5. Doenças e infecções
Condições como candidíase, vaginose bacteriana, líquen plano, doenças de pele (como psoríase ou eczema) ou autoimunes (como síndrome de Sjögren) podem causar ressecamento e fissuras.
6. Hábitos de higiene e produtos químicos
O uso excessivo de sabonetes íntimos com pH inadequado, duchas vaginais ou produtos perfumados podem irritar a mucosa vaginal, levando ao ressecamento.
É possível prevenir o ressecamento e as fissuras na relação sexual?
A fissura e o ressecamento vaginal são condições desconfortáveis que necessitam de cuidados específicos como forma de prevenção. Para que a relação seja prazerosa, livre de qualquer desconforto, esteja atenta a alguns detalhes importantes:
1. Uso de lubrificantes: os produtos à base de água ou silicone podem ajudar a reduzir o atrito durante a relação sexual. Evite os que contenham parabenos ou glicerina, que podem causar irritação;
2. Estimulação sexual adequada: a excitação natural aumenta a lubrificação vaginal. Investir em preliminares mais longas pode ajudar a evitar o ressecamento;
3. Hidratação interna e externa: beber bastante água mantém o corpo hidratado. Além disso, hidratantes vaginais específicos (como géis com ácido hialurônico) podem ser usados regularmente para manter a umidade da região íntima;
4. Evitar produtos irritantes: prefira sabonetes íntimos com pH neutro e evite duchas vaginais, que podem remover a proteção natural da vagina;
5. Terapia Hormonal (se necessário): em casos de ressecamento severo devido à menopausa, por exemplo, um ginecologista pode recomendar reposição hormonal local .
Quais os tratamentos para fissuras e ressecamento íntimo?
Certamente, o tratamento pode variar conforme a gravidade da lesão e as causas subjacentes. Em muitos casos, a combinação entre cuidados simples e medidas preventivas pode ser suficiente para tratar as condições de maneira eficaz.
As principais abordagens envolvem:
1. Cremes e pomadas cicatrizantes: produtos com vitamina E, óleo de rosa mosqueta ou pomadas à base de dexpantenol ajudam na regeneração dos tecidos;
2. Tratamento de infecções subjacentes: se houver infecção por fungos ou bactérias, o médico pode prescrever antifúngicos ou antibióticos;
3. Terapia a laser ou radiofrequência: procedimentos como laser vaginal podem estimular a produção de colágeno e melhorar a lubrificação em casos de atrofia vaginal;
4. Acompanhamento psicológico ou sexual: se o problema estiver relacionado a ansiedade ou trauma, terapia com um psicólogo ou sexólogo pode ser benéfica.
Quando se deve procurar um médico?
Não deixe de consultar um ginecologista se:
- O ressecamento persistir mesmo com medidas preventivas;
- Houver sangramento, fissuras recorrentes ou infecções;
- A dor durante o sexo for intensa e frequente.
O ressecamento vaginal e as fissuras podem ter diversas causas, mas com os cuidados adequados é possível prevenir e tratar o problema. Manter uma boa hidratação, usar lubrificantes e buscar orientação médica, quando necessário, são passos essenciais para garantir o conforto e a saúde íntima.
Lembre-se: se os sintomas persistirem, somente um profissional poderá indicar o melhor tratamento para o seu caso. Cuide-se e não hesite em buscar ajuda!
Conheça a Dra. Júlia Azevedo
A Dra. Júlia Azevedo é ginecologista e obstetra, com vasta experiência em climatério, menopausa e uroginecologia, formada pela UFRGS.
Com especializações em saúde feminina, ginecologia esportiva e estética íntima, ela oferece cuidados completos e personalizados para mulheres em todas as fases da vida. Seu foco está em proporcionar tratamentos modernos e eficazes, sempre com um atendimento acolhedor e humanizado.
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