Sabe-se que os hormônios são essenciais para o ser humano porque regulam praticamente todas as funções do nosso organismo, desde o crescimento e o metabolismo até o humor e a reprodução. Eles atuam como mensageiros químicos, garantindo que os órgãos e sistemas do corpo trabalhem de maneira coordenada e equilibrada. Além disso, influenciam a imunidade, o controle do estresse, a digestão e a qualidade do sono, sendo fundamentais para a manutenção da saúde física e mental ao longo da vida.
Como pode-se perceber, os hormônios determinam o bom funcionamento do organismo, garantindo a saúde geral dos indivíduos. Entretanto, é preciso entender que, quando se fala sobre a saúde feminina, sua influência é inquestionável. Isso porque eles influenciam desde o crescimento e o desenvolvimento até o equilíbrio emocional e a saúde geral das mulheres.
Eles são substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas e atuam como mensageiros no organismo, regulando diversas funções fisiológicas. Entre os principais hormônios que afetam as mulheres estão o estrogênio, a progesterona, a testosterona, o cortisol e os hormônios da tireoide. Cada um deles tem um papel essencial no funcionamento do corpo feminino.
Por meio deste artigo, vamos compreender a função e importância de cada um desses hormônios na saúde das mulheres.
O papel fundamental do estrogênio e da progesterona
*Estrogênio
O estrogênio é o principal hormônio sexual feminino e tem grande influência na regulação do ciclo menstrual, na fertilidade, na saúde óssea e na pele. Ele também afeta o humor e a cognição, sendo um fator importante para o bem-estar emocional.
Durante a puberdade, por exemplo, os níveis de estrogênio aumentam, promovendo o desenvolvimento das características sexuais secundárias, como o crescimento dos seios e a distribuição da gordura corporal.
O estrogênio desempenha um papel crucial no ciclo menstrual feminino, regulando diversas funções ao longo de suas fases.
O ciclo é dividido em quatro etapas principais: fase menstrual, fase folicular, ovulação e fase lútea .
- Fase Menstrual (dias 1-5) : durante essa fase, os níveis de estrogênio são baixos, o que leva à descamação do endométrio e à menstruação. Com a eliminação do revestimento uterino, o corpo começa a se preparar para um novo ciclo.
- Fase Folicular (dias 1-14) : inicia-se com a menstruação e se estende até a ovulação. Os ovários iniciam a produção de estrogênio, promovendo o crescimento do endométrio e estimulando o desenvolvimento dos folículos ovarianos. À medida que os níveis deste hormônio aumentam, ocorre uma melhora na disposição, na energia e na saúde da pele.
- Ovulação (por volta do dia 14) : quando o estrogênio atinge seu pico, ele desencadeia a liberação do hormônio luteinizante (LH), que provoca a ovulação – a liberação do óvulo pelo ovário. Esse é o período de maior fertilidade da mulher!
- Fase Lútea (dias 15-28) : após a ovulação, os níveis de estrogênio começam a diminuir gradualmente, enquanto a progesterona se torna o hormônio dominante. Caso a fecundação não ocorra, os níveis hormonais caem, levando à descamação do endométrio e ao início de um novo ciclo.
O equilíbrio do estrogênio ao longo dessas fases é essencial para a regularidade menstrual, a fertilidade e o bem-estar geral da mulher.
*Progesterona
A progesterona somente é produzida a partir da puberdade, quando a mulher começa a ovular. Este é um hormônio essencial no ciclo menstrual da mulher, atuando principalmente na regulação do útero e na preparação do corpo para uma possível gravidez.
Este hormônio também influencia o sistema nervoso central e pode estar ligado a alterações no humor durante o ciclo menstrual, especialmente na fase pré-menstrual. Os baixos níveis de progesterona estão associados a sintomas como irritabilidade e ansiedade.
Seus níveis variam ao longo das fases do ciclo menstrual, desempenhando funções específicas em cada etapa.
- Fase Menstrual (dias 1-5) : durante a menstruação, os níveis de progesterona são baixos. Essa queda hormonal desencadeia o sangramento menstrual.
- Fase Folicular (dias 1-14) : nesta fase, os ovários começam a amadurecer novos folículos e o estrogênio predomina, enquanto a progesterona permanece em níveis baixos. O útero começa a reconstruir o endométrio para uma possível gestação.
- Ovulação (por volta do dia 14) : a ovulação é desencadeada pelo aumento do hormônio luteinizante (LH). Nesta fase, os níveis de progesterona começam a subir para preparar o útero para a possível implantação de um embrião.
- Fase Lútea (dias 15-28) : é o período em que a progesterona atinge seu pico, pois o corpo lúteo (formado a partir do folículo rompido no ovário) começa a ser produzido em grandes quantidades. A principal função deste hormônio, aqui, é espessar o endométrio para torná-lo receptivo a um embrião, caso ocorra uma fecundação. Se a gravidez não acontecer, os níveis do mesmo não caem no final dessa fase, desencadeando a menstruação e reiniciando o ciclo.
O equilíbrio da progesterona é essencial para a regularidade menstrual, a fertilidade e a saúde reprodutiva. Desequilíbrios nesses hormônios podem causar ciclos irregulares, dificuldades para engravidar e sintomas de tensão pré-menstrual (TPM).
A testosterona e sua importância para a saúde feminina
Embora seja frequentemente associada aos homens, a testosterona também está presente nas mulheres, desempenhando um papel crucial na libido, na massa muscular e na energia. Os níveis adequados desse hormônio contribuem para o bem-estar físico e mental. Quando há um desequilíbrio, como no caso da síndrome dos ovários policísticos (SOP), pode ocorrer aumento de pelos corporais, acne e irregularidade menstrual.
Cortisol – o hormônio do estresse
O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, é produzido pelas glândulas suprarrenais e desempenha um papel vital na resposta do organismo a situações estressantes. Em níveis normais, ele ajuda a regular o metabolismo, a resposta imunológica e a pressão arterial. No entanto, quando produzido em excesso devido ao estresse crônico, pode levar a problemas como ganho de peso, insônia, ansiedade e alterações no ciclo menstrual.
Hormônios da tireoide e o metabolismo
Os hormônios da tireoide, como a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), regulam o metabolismo e a energia do corpo. Desequilíbrios nos mesmos podem levar a condições como o hipotireoidismo, caracterizado por fadiga, ganho de peso e pele seca, ou o hipertireoidismo, que pode causar perda de peso, ansiedade e palpitações.
A influência hormonal ao longo da vida da mulher
Os níveis hormonais variam ao longo da vida da mulher, influenciando diferentes fases como a adolescência, a idade adulta, a gravidez e a menopausa. Durante a menopausa, ocorre uma queda acentuada na produção de estrogênio e progesterona, resultando em sintomas como ondas de calor, alterações de humor e ressecamento vaginal. A terapia de reposição hormonal pode ser uma opção para aliviar esses sintomas, mas deve ser feita sob orientação médica.
Equilíbrio hormonal e qualidade de vida
Manter o equilíbrio hormonal é essencial para a saúde e o bem-estar da mulher. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle do estresse e boas noites de sono são fundamentais para regular os hormônios naturalmente. Além disso, consultas regulares com endocrinologistas e ginecologistas ajudam a monitorar os níveis hormonais e prevenir possíveis complicações.
Sem dúvida, os hormônios influenciam diretamente a saúde física e emocional das mulheres. Compreender o seu funcionamento e buscar formas de mantê-los equilibrados é essencial para uma vida mais saudável e feliz.
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A Dra. Júlia Azevedo é ginecologista e obstetra, com vasta experiência em climatério, menopausa e uroginecologia, formada pela UFRGS.
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