Quando falamos sobre a menopausa, um assunto tão delicado, é preciso considerar condições como a SOP na hora de avaliar uma mulher. Cada caso é um caso, porém é preciso atenção com esse quadro.
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição endócrina comum que afeta a função ovariana e está associada a um desequilíbrio hormonal caracterizado por níveis elevados de andrógenos (hormônios masculinos). Esse quadro pode trazer impactos a longo prazo, influenciando a saúde hormonal da mulher ao longo da vida, inclusive durante a transição para a menopausa.
Apesar de a menopausa representar o fim natural da função reprodutiva, mulheres com SOP podem ter uma experiência diferente e até uma fase de perimenopausa e menopausa com características específicas.
Vamos entender mais profundamente sobre esse quadro!
Como é a menopausa de quem tem SOP?
Mulheres com SOP podem experimentar a menopausa de forma diferenciada, muitas vezes com uma transição um pouco mais tardia em comparação com mulheres que não têm a síndrome.
Isso ocorre porque, na SOP, a ovulação ocorre com menor frequência ao longo dos anos, e a quantidade de folículos pode ser preservada por mais tempo. Essa tendência, no entanto, não é regra para todas e pode variar com base em fatores como idade e saúde geral.
Algumas mulheres com SOP também podem apresentar sintomas mais intensos durante a perimenopausa, incluindo ondas de calor, mudanças de humor e alterações na saúde metabólica. Além disso, a tendência ao ganho de peso, comum na síndrome, pode intensificar sintomas e tornar a transição da menopausa mais desafiadora.
Além dos sintomas hormonais e reprodutivos que impactam a qualidade de vida, a SOP traz consigo um risco elevado para outras doenças, que exigem atenção, a longo prazo, .
Quais doenças a SOP pode causar?
A SOP está associada a um risco aumentado de várias condições de saúde a longo prazo. Entre as principais, destacam-se:
– Diabetes tipo 2: devido à resistência à insulina comum em mulheres com SOP, há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida;
– Doenças cardiovasculares: o desequilíbrio hormonal e a resistência à insulina na SOP podem elevar o risco de hipertensão, colesterol alto e outras condições cardiovasculares;
– Síndrome metabólica: é uma condição caracterizada por uma combinação de fatores como obesidade abdominal, níveis elevados de glicose no sangue e pressão alta, aumentando os riscos cardiovasculares;
– Câncer de endométrio: mulheres com SOP têm um risco ligeiramente aumentado para câncer de endométrio devido à exposição prolongada ao estrogênio sem a proteção da progesterona, que ajuda a equilibrar a renovação das células no endométrio.
Qual hormônio falta na SOP?
Na SOP, o principal desequilíbrio está no excesso de andrógenos, como testosterona, e nos baixos níveis de progesterona devido à ausência de ovulação regular.
Esse desequilíbrio ocorre porque, sem a ovulação, os níveis de progesterona, que geralmente aumentam após a ovulação para ajudar a regular o ciclo menstrual, permanecem baixos. Além disso, o estradiol, uma das formas de estrogênio, pode estar presente em níveis variados.
Entretanto, o desequilíbrio hormonal, em geral, é caracterizado pelo excesso de andrógenos em relação aos estrogênios.
Quem tem SOP pode usar estrogênio?
Essa é a principal dúvida de quem tem SOP!
O uso de estrogênio é uma opção terapêutica para mulheres com SOP, especialmente quando combinado com progesterona, como em anticoncepcionais orais combinados, para regular o ciclo menstrual e reduzir os níveis de andrógenos.
Em fases como a perimenopausa e a menopausa, a terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio pode ser considerada, mas precisa ser cuidadosamente avaliada por um profissional de saúde.
A TRH, combinada com progesterona, pode oferecer benefícios para o alívio dos sintomas da menopausa e a prevenção da osteoporose, além de equilibrar o impacto dos estrogênios no endométrio.
Conheça a Dra. Júlia Azevedo
A Dra. Júlia Azevedo é ginecologista e obstetra, com vasta experiência em climatério, menopausa e uroginecologia, formada pela UFRGS.
Com especializações em saúde feminina, ginecologia esportiva e estética íntima, ela oferece cuidados completos e personalizados para mulheres em todas as fases da vida. Seu foco está em proporcionar tratamentos modernos e eficazes, sempre com um atendimento acolhedor e humanizado.
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